Activista identifica seis pessoas da mesma família sem suspeitarem que viviam com TB

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Seis pessoas, seis vidas que, se não fosse pela pronta intervenção do activista José Alar, estaria traçado um triste destino pela consequência da tuberculose, como pulmões destruídos ou mesmo outros órgãos afectados.

Trata-se de seis membros da mesma família, residentes na aldeia de Guiúa, cidade de Inhambane. Mãe e filhos, sobrinho e cunhada, sendo quatro deles crianças com idades abaixo dos 5 anos, todos com Tuberculose.

Casos de Tuberculose entre as comunidades moçambicanas são uma constante, mas envolvendo 6 membros da mesma família é bastante grave.

Verónica é um dos membros desta família e mãe de 3 das 4 crianças com TB. Quem vê a Verónica,  como a foto da capa ilustra, não pode imaginar que há 5 meses ela não conseguia cozinhar e nem lavar a roupa dos filhos.

Graças a pronta habilidade do activista que, durante a sua caminhada normal para as suas actividades na comunidade, involuntariamente apercebeu-se de uma pessoa tossindo persistentemente em sua casa.

O activista José prontificou-se em procurar saber do estado de saúde da senhora e que culminou com notificação da Tuberculose nela, após as amostras de escarro terem sido levadas pelo activista para o rastreio da doença na Unidade Sanitária.

Hoje, a Verónica está a medicar-se assim como as 4 crianças e sua cunhada, rastreadas após o seu resultado ter sido positivo para TB. ‘’Encontrei ela a tossir quando tentava lavar os pratos’’, disse o activista José, acrescentado que a descoberta aconteceu quando ele fazia visitas de rotina às comunidades. ‘’Dei dois escarradores e após análises de laboratório deu positivo’’, disse José.

(…) ”O nosso objectivo é acabar com a tuberculose, mas hoje há boas notícias – resultados que Moçambique, em particular Inhambane, pode ter orgulho. 6 membros da mesma família estão actualmente em tratamento contra tuberculose, faltando apenas um mês para terminarem’’, repisou o activista que agora assegura que todos os 6 pacientes tomem medicamentos até o final do tratamento.  ‘’Orgulho-me ainda mais por fazerem parte deste grupo 4 crianças’’, emocionou-se o mesmo.

José é activista da AMODEFA, desde 2015, e trabalha no programa de controlo e seguimento de pacientes de TB financiado pela FDC, a partir dos fundos desembolsados pelo Fundo Global para HIV, Malária e Tuberculose.

Semanalmente José consegue atender e referenciar 10 casos suspeitos de tuberculose para as unidades sanitárias, o que ajuda a maximizar a notificação de casos de TB que ainda constitui um desafio no país.

O trabalho do activista nas comunidades moçambicanas complementa as lacunas do sistema de saúde com vista a notificar mais casos de TB ainda desconhecidos, pois muita gente ainda não tem acesso à informação clara sobre a doença e normalmente procuram os serviços de saúde em estado já bastante grave. Com o trabalho e a sensibilidade do activista, mais casos têm sido detectados ainda cedo a partir da sua intervenção na comunidade.

Nas visitas domiciliares, para além de garantir que os pacientes tomem regularmente a medicação e verificar se os mesmos continuam indo ao controlo, através da leitura dos cartões do paciente, o activista explica, também, como se prevenir da tuberculose e de outras doenças como malária; HIV; doenças diarreicas; etc. e a importância de tratá-las.

Actualmente a província de Inhambane tem 72 activistas formados em actividades de controlo de infecção na comunidade, implementando actividades de seguimento de pacientes de TB e identificação de casos suspeitos para o rastreio da doença nos serviços de saúde. Estas actividades são feitas sempre em estreita colaboração com as unidades sanitárias e os líderes comunitários.