Quinia, a criança de 8 anos de idade resgatada do terrorismo

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 “Não sabia onde estava. Via casas precárias e cobertas por árvores, onde muitas outras crianças e mulheres raptadas cartavm água nos fontenários e outras eram obrigadas a carregar armas, cozinhar e quando negavam de fazer alguma actividade eram violentadas e não podiam passar as refeições adequadamente”, conta a pequena Quinia, de 8 anos, que em 2020 foi submetida pelos insurgentes a assistir a decapitação dos seus pais Maria e Afaune, no distrito de Mocímboa da Praia.

Quinia foi resgatada pelo exército e os membros dos centros de acolhimento foram solicitados a fazer o reconhecimento das crianças recuperadas, tendo a Quinia sido reconhecida pelo tio, Amuza Faume, irmão do pai.

Os trabalhadores de caso do projecto de Protecção à Criança e Prevenção da Violência baseada no Género em Cabo Delgado procederam com as primeiras observações, avaliando o estado psicológico da Quinia, tendo sido posteriormente observada pelos médicos que constataram que a mesma sofre de inflamação estomacal causada pela má alimentação.

Hoje, a Quinia já está inscrita no espaço amigo da criança, onde consegue brincar com as outras crianças expressando os seus sentimentos. Neste momento a Quinia apresenta um bom estado de saúde, e continua a ser assistida de perto pelos trabalhadores de caso e animadores comunitários para ver o seu nível evolutivo.

No total 88 crianças raptadas pelos terroristas e envolvidas no grupo armado foram resgatadas e identificadas pelos trabalhadores de caso junto dos líderes comunitários dos centros de acolhimento de Nandimba, Peme, Eduardo Mondlane e Lianda.