Poupança comunitária gera condições mínimas de vida para crianças desfavorecidas em Gaza

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Sem registro de nascimento, alimentação saudável, saneamento básico, condições para ir a escola e casa digna para dormir, as sete crianças da família Sérgio Utui estavam entregues à sua própria sorte e sob gestão e educação de pais que sofrem de perturbações mentais. E sempre foi assim.

Hoje, com idades compreendidas entre 1 a 17 anos, José, Moisés, Ernesto, Inês, Rahel, Américo e Elsa carregam marcas diferenciadas de sofrimento, algumas das quais jamais incompensáveis. Um estilo de vida que se tornou símbolo da desgraça desde a nascença dos petizes, mas que começou a atenuar desde o princípio do ano passado, 2017, quando a Sra. Carla Matavel, de 44 anos de idade, membro do Comité de Protecção da Criança de Chirindzene, identificou a família e começou a prestar cuidados básicos. São as comunidades melhorando vidas das próprias comunidades a troca do avivamento do sorriso das crianças.

‘’Eles tinham casa precária; quintal mal cuidado que nutria capim. Tudo a mistura.  Roupas que conviviam com pratos; não tinham latrina, etc.’’, disse Dona Carla, acrescentando que as crianças não estavam registados, incluindo os pais, como a foto documenta.

O Comité de Protecção à Criança de Chirindzane, com o seu próprio esforço e fundo resultante de actividades de poupança e crédito rotativo, consegui melhorar saneamento do meio e registar todas crianças. Para isso, teve que tirar mais de mil meticais. Um dinheiro que cada membro do comité desdobra-se e, às vezes, até passam fome nas suas casas em prol desta causa que decidiram abraçar.

Entre as causas que multiplicavam os problemas da família, estava o planeamento familiar. Zaida Mazanga, esposa do Sr. Utui, nunca fez planeamento familiar na sua vida. Rafite, filho dela que morreu no final do ano passado, é exemplo da consequência disso. O pequeno Rafite não teve a mesma sorte que a dos irmãos. Faleceu com apenas 1 ano, e entre as complicações, estava a malária, depois de ter recuperado da desnutrição crónica.

A Sra. Carla, como Presidente do Comité de Chirindzane, por ver o crescimento contínuo dos agregados da família, levou a dona Zaida para fazer planeamento familiar, onde vai três vezes por cada trimestre até hoje.

Os Comités Comunitários de protecção à criança (CCPCs) são a principal força motriz a nível de base. Embora com capacidade limitada, os CCPCs facilitam o acesso aos serviços, em colaboração directa com as instituições do governo, através da identificação, encaminhamento e assistência aos grupos mais vulneráveis da população.