Mais de 130 mulheres beneficiam de bolsas da FDC

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Contribuir para a promoção da educação da mulher e ampliar a sua capacidade técnica e científica são os principais objectivos de um programa de atribuição de bolsas de estudo da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC).

Os resultados deste apoio, que começou em 1996, e que já beneficiou 132 raparigas provenientes de famílias desfavorecidas de todo o país, foram há dias partilhados num encontro na cidade de Maputo, numa ocasião em que algumas bolseiras falaram sobre o caminho por elas percorrido desde a sua formação até ingressarem no mercado de trabalho.

Isabel Nhampava, da província de Cabo Delgado, licenciada em economia pela Universidade Luterana do Brasil, falou dos obstáculos que teve de ultrapassar para concluir o curso. Entre estes referiu-se à interrupção do financiamento da bolsa que a obrigou a recorrer ao seu talento, fazendo tranças a fim de conseguir algum dinheiro para cobrir as despesas da sua formação. Conta também que teve de trabalhar em alguns restaurantes, onde confeccionava pratos tipicamente moçambicanos.

No fim de tudo, diz sentir-se orgulhosa por ter o seu diploma em mãos e um emprego pelo qual se orgulha. Actualmente Isabel é funcionária do Ministério da Economia e Finanças e docente numa instituição do Ensino Superior da capital do país, onde partilha o que aprendeu no Brasil.

Entretanto, nem tudo corre às mil maravilhas para todas as beneficiárias das bolsas. Nelma Roberto, de Maputo, estudante do curso de Geologia na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), afirma que concluiu com êxito todas as disciplinas mas agora debate-se com a falta de abertura das empresas para obter informação para elaborar a sua tese de licenciatura.

Intervindo na ocasião, a directora executiva da FDC, Zélia Menete, encorajou as beneficiárias a empenharem-se para dignificar o seu trabalho. Apelou também a todas as força intervenientes na sociedade a darem um pouco de si para o desenvolvimento do país. Deixou, ao mesmo tempo, a promessa de a organização que representa continuar a apoiar mais acções do género.

Por sua vez, os financiadores, que falavam em nome da Fundação La Caixa, com sede em Barcelona, Espanha, afirmaram que a qualidade dos que beneficiaram das bolsas será medida de acordo com a repercussão dos resultados das suas acções na sociedade. Para eles é também importante que outras organizações se associem à ideia e ajudem a formar mais mulheres.

O programa de bolsas da FDC surgiu em 1996 como uma componente da educação da rapariga, com o objectivo de promover o sucesso das raparigas provenientes de famílias desfavorecidas no Ensino Secundário Geral.

Numa primeira fase elas eram direccionadas para áreas de formação mais relevantes para o desenvolvimento local, como educação, agro-pecuária e comércio.

Entretanto, em resposta à procura crescente a FDC alargou o programa, atribuíndo bolsas, não só para o Ensino Secundário, mas também para o Superior e Técnico-Profissional, dentro e fora do país.

De 1996 a esta parte já foram concedidas 132 bolsas para cursos básico, médio e superior, neste último em áreas como Medicina, Antropologia, Direito, Gestão de Empresas, Geologia, Informática, entre outras.