IDAI: 15 mil pessoas reassentadas geram receitas após assistência técnica da FDC em Agro-negócio
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A produção de hortícolas (alface, tomate, cebola, cenoura, couve, quiabo), culturas de rendimento (feijão manteiga e nhemba); batata doce de polpa alaranjada, milho e banana pelas famílias severamente afectadas pelo ciclone IDAI actualmente acampadas nos centros de reassentamento de Manica (Dombe), Sofala (Dondo) e Zambézia (Maganja da Costa) está a dinamizar o florescimento do agro-negócio, incluindo o envolvimento de privados e associações de produtores que vêm a possibilidade de gerar renda.
Com o início da colheita e a consequente comercialização dos produtos, assinala-se um novo marco rumo ao progresso na vida das famílias reassentadas, estimadas em 15 mil pessoas, e vislumbra-se com as transações comerciais arrecadar 55 mil meticais em apenas três semanas.
Um outro marco incontestavelmente histórico é o facto de os distritos da Maganja da Costa e Dombe, cuja população dependia exclusivamente da produção de hortícolas dos distritos vizinhos, já contarem com a sua própria produção numa escala suficiente para consumo e comercialização.
A extensão da área explorada em Dombe, Dondo e Maganja da Costa com as culturas acima descritas é de cerca de 15 hectares. ’’Se não fosse pela assistência técnica da FDC, não seriamos auto-sustentáveis. Idai tirou-nos tudo’’, disse a beneficiário Sónia, da Maganja da Costa, e fez saber que a aquisição de insumos antes era uma dor de cabeça. Percorria 30 km para obter sementes de batata-doce e de outras culturas. ’’Agora temos os nossos próprios campos de multiplicação de batata-doce e de milho’’, acrescentou.
‘’Não temos comercializado tudo. Parte do que produzimos vai para o consumo familiar. Assim melhoramos a nossa dieta e a nossa condição nutricional’’, disse um outro beneficiário, Jacobe Augusto Nhama, do Centro de Reassentamento de Dombe, para quem a cenoura sempre foi algo de luxo, mas agora já não consegue passar nem sequer uma refeição sem a cenoura.
Ainda em Dombe, há uma outra iniciativa digna de destaque em curso dentro do hospital. Os técnicos da FDC promovem a produção de hortícolas numa extensão de cerca de 1h com (couve, repolho, tomate, cebola, alface e feijão manteiga). A ideia é fornecer os produtos a ‘’casa de espera de mulher grávida’’, onde as mulheres grávidas se abrigam a espera do momento do parto. Esta pequena acção já beneficiou 30 mulheres grávidas, 5 enfermeiros e 6 pacientes internados. ‘’O apoio da FDC não tem preço’’, disse uma mulher grávida, que observou o seu estado nutricional melhorado após uma consulta de seguimento.
Nesse sentido, o Programa de Melhoria de Meios de Vida e Resiliência aos Choques Climáticos, além de integrar a promoção de proteína vegetal, promove também a proteína animal, piscicultura e o saneamento do meio, num quadro de acções integradas com a criação de 210 quintais inteligentes para os distritos de Dombe, Buzi e Maganja da Costa, significando que cada quintal inteligente será constituído por tanque de piscicultura para criação de peixes; capoeiras para criação de galinhas e de coelhos; produção de hortícolas em bandejas; produção de fruteiras e o fomento de soluções de saneamento (construção de casas de banho melhorada e torneira artesanal, Tip-Tap).
Na componente de promoção de proteína animal, o ovo será um dos produtos de elevado valor nutricional, principalmente para o consumo das crianças.
Com todos esses passos a serem dados para a construção de resiliência nas zonas afectadas pelo Ciclone Idai, a FDC, com financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates, já observa os resultados do reforço da capacidade de resposta dos governos locais e suas comunidades pós ciclone IDAI para que possam gerir melhor futuros desastres através da melhoria do sistema de aviso prévio nas comunidades (SAP); implantação da agricultura inteligente ao clima, melhoria da nutrição e criação de sistemas de poupança e crédito rotativo nas comunidades afectadas.
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