Fundo Global dá 500 milhões de dólares para combate à Malária, HIV e TB

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O Fundo Global e Governo Moçambicano renovaram esta tarde, quinta-feira, uma nova subvenção no valor de 500 milhões de dólares americanos para combater o HIV/Sida, a Malária e a Tuberculose até 2020 no país.

Por reconhecimento da participação e acção das comunidades na área da saúde para melhorar os serviços de saúde convencionais baseados em unidades sanitárias, parte dos 500 milhões de dólares será canalizado para organizações da sociedade civil, como a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), Centro de Colaboração em Saúde (CCS) e Visão Mundial.

A ideia é que a cobertura universal da saúde e a segurança sanitária não serão alcançáveis sem a participação das comunidades. Estas são essenciais para conceber intervenções eficazes, implementar e avaliar a robustez e a qualidade dos serviços de saúde, gerar procura pelos serviços e chegar àqueles que nem sempre vão às unidades sanitárias, em particular os vulneráveis e os marginalizados.

A contribuição comunitária considera-se ainda essencial para a promoção da saúde, a prevenção e o fomento de comportamentos saudáveis, podendo ainda reduzir as exigências que recaem sobre o sistema de saúde.

Subvenção do Fundo Global a Moçambique
Subvenção do Fundo Global a Moçambique

‘’Os sistemas de saúde que envolvem as comunidades serão sempre os primeiros a identificar, relatar e dar resposta às ameaças sanitárias emergentes’’, disse Marechal Nhavoto, Presidente do Mecanismo de Coordenação do País.

‘’As doações do Fundo Global são um complemento ao financiamento internacional e nacional’’, afirmou Linden Morrison, gestor do portefólio do Fundo Global para Moçambique, sublinhando que o Governo Moçambicano e parceiros, apesar dos desafios estruturantes que ainda persistem, têm dado maior contributo para a redução das três doenças mais infecciosas do mundo em Moçambique.

Para a Ministra da Saúde, Nazira Abdula, o apoio do Fundo Global, que começou em 2002, permitiu avanços significativos na resposta nacional ao HIV/SIDA, Tuberculose e Malária, de onde destacou os êxitos do ano passado:

  • A distribuição de cerca de 15 milhões de Redes mosquiteiras durante o ano de 2017, estando neste momento a população protegida com pelo menos um método de prevenção;
  • Expandimos os serviços que oferecem o tratamento antirretroviral para mais 99 Unidades Sanitárias, contando, o país, actualmente com 1.320 Unidades Sanitárias, o que representa uma cobertura de 81{1a4e51e2a19926db2eaab1bcf154673d0b74297663ea632f824f7b556dd28b8e}.
  • Reforçamos a capacidade de diagnóstico com alocação de 352 Microscópios, 72 aparelhos de GenExpert às Unidades Sanitárias para garantir o seguimento dos doentes padecendo destas doenças.

Apesar desses avanços, a Ministra reconhece que há ainda muitos desafios por enfrentar, por isso com esta nova subvenção de três anos (2018-2020), o Governo Moçambicano espera que o número de novas infecções por HIV reduza dos actuais 3.6 para 2.4 em cada mil pessoas até 2020; reduzir a taxa de infecção por HIV em Crianças nascidas de Mães portadoras do Vírus e contribuir na redução de mortes por HIV/SIDA.

No que concerne a Malária, o Governo espera cobrir 85{1a4e51e2a19926db2eaab1bcf154673d0b74297663ea632f824f7b556dd28b8e} da população com pelo menos um método de controlo vectorial por forma a prevenir principalmente a mulher grávida, crianças e grupos vulneráveis deste mal e garantir a testagem de todos suspeitos, e o tratamento de todos casos confirmados da doença.

No combate à Tuberculose, o Governo espera reduzir a incidência de casos de 551 em cada 100.000 habitantes em 2015, para 423 em cada 100.000 habitantes, e assim contribuir para a redução da taxa de mortalidade de 120 para 63 em cada 100.000. habitantes.

Para o Governo dos Estados Unidos, um dos principais financiadores globais dos programas de luta contra estas três doenças em Moçambique, representado pelo seu Embaixador, Dean Pittman, é imperativo que todos nós asseguremos o alcance das metas ambiciosas que concordamos serem necessárias, por isso é importante haver cada vez mais acções coordenadas para garantir que cada dólar investido neste combate seja usado da forma mais eficaz.

Segundo Pittman, a rápida aceleração dos esforços colaborativos na luta contra o HIV/SIDA, tuberculose e malária em Moçambique é absolutamente vital, não só para os milhões que já sentem o impacto diário dessas doenças, mas também para a sustentabilidade do sistema de saúde do país.

‘’A realidade, conforme ilustrada pelos resultados do recente recenseamento nacional, é que na ausência imediata de intervenções aceleradas que reduzam o ónus imposto por estas três doenças infecciosas chave, o crescimento da população vai rapidamente subjugar os nossos esforços de controlo combinados, e o sistema de saúde de Moçambique ficará incapacitado para suster a prestação de serviços de qualidade para a sua população no decurso da próxima década’’, disse Pittman.

Estiverem presente no evento, para além dos descritos acima, Ministro da Economia e Finanças; Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano; Vice-Ministra da Juventude e Desporto; Vice Ministro de Género e Acção Social, Vice-Ministro da Justiça, Organizações da Sociedade Civil, Sector Privado e Doadores Bilaterais e Multilaterais.