FDC e IRI querem dinamizar e internacionalizar a produção da cultura de artesanato em Moçambique

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Um grupo de brasileiros, composto maioritariamente por designers, arquitectos, jornalistas, empresários e educadores, liderados pelo Instituto Renato Imbroisi (IRI) e apoiados pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), está em Moçambique, desde o dia 12 do presente mês, para apresentar e promover novas experiências inovadoras de artesanato junto dos produtores da cultura de artesanato moçambicano.

Apesar da tendência de crescimento da produção e criação da arte e do artesanato em Moçambique, destaca-se que as exportações desses produtos de Moçambique para outros países continuam a não ser dominantes, permitindo com que a actividade não seja muito lucrativa.

O Instituto Renato Imbroisi acredita que a posição de Moçambique em tornar público as experiências de produção e criação do artesanato pode alterar nos próximos anos devido à partilha de experiências conjuntas e a aplicação da inovação.

‘’Nós vamos comprar os produtos e levar uma exposição para o Brasil’’, disse Renato, um dos brasileiros que, junto da FDC e de outros parceiros, já ajudou na implantação de diversas ‘’startup de artesanato’’ em Moçambique, como é o caso da associação Vavasati e Maciene, em Gaza; e Ujamaa, em Cabo Delgado.

A Associação Vavasati e Maciene são constituídas por um grupo de mulheres antes desempregadas, com baixa renda e totalmente dependentes dos seus conjugues, mas que hoje ostentam conhecimentos sólidos para a criação de produtos de alta procura para o seu mercado local e estrangeiro.

’’Tudo começou em 2007. Éramos 50 mulheres e a FDC trazia-nos tecidos, linhas, agulhas e ensinaram-nos a bordar’’, disse Sandra Bernardo, uma das representantes.

A associação evoluiu e hoje o sentido dessa evolução é o nível de parceiros que ela tem. Carla Botoso e Mobi Ltd, através do projecto mescla, são alguns dos parceiros na produção de tapetes.

‘’Sentimo-nos orgulhosas por fazer esse trabalho, que hoje é exportado

para países que nós nem temos a dimensão’’, disse Sandra, que agora vê as condições de trabalho e de salário muito melhores.

O intercâmbio cultural de artesanato, que já decorreu em Maputo e Gaza e agora decorre em Cabo Delgado, tem a finalidade de incentivar a troca de experiências, inovação, comercialização e a melhor articulação entre produtores da cultura de artesanato.