Mulheres querem estar mais unidas em Sofala por dignidade e paz

Pobreza, violação dos direitos humanos, desunião, criminalidade, e problemas diversificados de ordem familiar, social, econômica e politica, se somam a outra situação dramática à qual estão expostas as mulheres moçambicanas da província de Sofala, tais como as sequelas do ciclone IDAI, covid-19 e conflito armado.

As mulheres de todas as idades, cansadas, se viram forçadas a dialogar e mediar mais os conflitos em prol da união, dignidade, paz e coesão social. A FDC, IMD e ACCORD, com o apoio da Suécia, tem vindo a apoiar a revitalização desse Movimento Mulher e Paz criado em 2018, que tem como slogan ‘’Mulher Activa , Paz Efectiva’’, visando o envolvimento das mulheres no diálogo e nos processos de construção da paz , reconciliação nacional e coesão social em Moçambique. Um espaço em rápida ascenção de partilha de ideias de união e resolução de problemas familiares e comunitários. Articula-se de forma temática e em redes de mulheres.

Durante os diálogos de revitalização do Movimento em Nhamatanda, Cheringoma, Chibabava e Gorongosa, as mulheres prontificaram-se a exercer um papel mais activo na resolução de conflitos, tendo sido escolhidas legitimamente as pontos focais; e pediram que fossem capacitadas em mediação de conflitos, poupança e crédito rotativo, material desportivo e recreativo, além de promoção da formação técnico profissional para os jovens.
‘’ A falta de paz nas nossas famílias criava até desistências escolares. Agora nós somos um tribunal aqui em Mangunde. Vamos nos ajudar a resolver os nossos problemas colectivamente’’, disse um dos líderes da comunidade de Mangunde, distrito de Chibabava, onde nasceu o antigo líder da maior força da oposição: Renamo.

Hoje, o Movimento conta com mais de 163 mil membros e várias mediadoras que atuam nas províncias de Sofala, Manica, Zambezia, Tete, Nampula, Cabo Delgado e Niassa. Mantem-se aberto a todas as mulheres interessadas em construir reflexões e ações conjuntas