Documentário dá voz às mulheres que revelam como a ausência da paz tem mais implicações sociais que políticas

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“O país sem nós anda, mas connosco anda melhor”, da Iniciativa Mulher pela Paz e Reconciliação Social, traz à tona depoimentos de mulheres da região Norte do país que, reconhecendo os avanços no diálogo entre o Presidente da República e o Presidente da Renamo, afirmam que é preciso ao nível das famílias que as mulheres exerçam o seu papel para que, de facto, nunca mais haja recurso às armas para diferendos políticos.

”As mulheres dos Partidos Políticos devem-se abraçar umas às outras e juntarem as vozes para dizer – Nunca Mais a Guerra! Nunca mais, pois, a guerra não escolhe partido”, observa-se no documentário.

O facto é que essas mulheres acreditam que uma ”pessoa é uma pessoa por intermédio das outras pessoas”, justificando assim a necessidade de inclusão delas em todos processos de tomada de decisão, sejam eles políticos ou sociais.

Segundo elas, durante os sucessivos conflitos morreram filhos de moçambicanos independentemente da cor partidária. Por isso, a necessidade das mulheres passarem aos maridos, filhos, netos, a mensagem imperativa de “Nunca Mais a Guerra!”. Se houver diferenças as mulheres devem juntar as partes e buscar harmonia. ”É necessário que, sejam as mulheres a defenderem a bandeira da vida. A bandeira da vida significa que pode haver diferenças mas guerra nunca mais”, fizeram notar.

”As mulheres representadas na Assembleia da República têm a tendência de apresentar e defender as posições dos partidos. Mas fora do parlamento estas mulheres deviam assumir outra postura, tomarem posições que concorram para unir a sociedade. Não se trata de questionar o debate político, mas sim, da necessidade de unir os moçambicanos independentemente das cores partidárias, religião, raça ou cor, província, cidade ou distrito; Na aldeia não deve haver divisões, pois não há povo de um ou de outro partido. O povo é só um e ninguém tem propriedade do povo e nem da paz”, revelaram.

As mulheres revelam ainda, no documentário, que elas aliam sempre o raciocínio com o sentimento. Dão à luz/vida ao ser humano e protege este ser humano e que elas precisam de usar o poder natural de gerar e de dar vida como base para influenciar e exigir uma paz efectiva.

O documentário foi gravado num evento organizado pela FDC, em parceria com ACCORD e IMD, com apoio financeiro do Governo Sueco, e enquadra-se no âmbito da “Iniciativa sobre o Reforço da Participação das Mulheres nos Processos de Paz e Reconciliação para a Coesão Social em Moçambique” e tinha como objectivo criar espaço de diálogo para que mulheres da zona norte do país possam contribuir activamente na definição de uma agenda nacional para a paz definitiva, reconciliação nacional e coesão social.

Não deixe de assistir! Imprescindível!