Dia Mundial da Malária: ‘’zero malária começa comigo’’

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PREPARADOS PARA VENCER

No dia 25 de Abril, Moçambique e o Mundo todo comemoram o Dia Mundial da Luta contra Malária sob o lema ”Zero Malária Começa Comigo’’. A Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) junta-se a organizações parceiras na promoção do movimento global contra malária afirmando nesta efeméride que nos leva a reflexão sobre os desafios relativos as metas definidas pelo Programa Nacional do Controlo da Malária (PNCM) até 2022, nomeadamente a redução dos actuais 40 para 20 na incidência de casos de malária e taxas de morbilidade e mortalidade.

Na óptica da FDC, o Dia Mundial de Luta contra Malária serve para reconhecer o empenho, o controle mais eficaz desta doença e o aproveitamento das experiências bem-sucedidas com vista a erradicação desta epidemia. Como parte da sua contribuição para este propósito, a FDC com o apoio do CISM liderou uma iniciativa baseada na comunidade visando a eliminação da malária, que resultou na “quase eliminação” da transmissão da malária em Magude e Xinavane, de 2016 a 2017. Resultante desta acção, os casos de malária naquele distrito reduziram em 92%, um marco sem precedentes desta doença no Mundo. Estes ganhos, constituem a prova inequívoca de que soluções colaborativas podem ajudar a manter as conquistas e salvar vidas.

À luz da estratégia do Programa Nacional de Controlo da Malária, com a sua forte inserção comunitária, a FDC permitiu maior interação entre a unidade sanitária e as Estruturas Comunitárias – EC (activista de saúde, líderes comunitários, etc), permitindo que:

470 ECs com mais de 10 mil voluntários interagissem directamente com 170 unidades sanitárias das províncias cobertas pela FDC (Manica e Cabo Delgado);

3 milhões de redes mosquiteiras fossem distribuídas, obtendo uma cobertura de 98.6 %, conseguindo vitoriosamente ultrapassar o preconizado pela OMS, de 80 % de posse e 80 % de uso;

3 mil professores envolvendo mil escolas fossem treinados em prevenção da Malária  pela FDC, desde 2011 até dezembro de 2018;

a prevalência da malária fosse reduzida em 30  e 9 , respectivamente, nas províncias de Manica e Cabo Delgado, de 2011 a 2015 (IDS, 2011 e IMASIDA, 2015);

aumentasse em16 % a posse de redes mosquiteiras de agregados familiares que tem rede mosquiteira, segundo revelou o IMASIDA 2015);

o uso de redes mosquiteiras aumentasse em 10 %  nos agregados familiares; a aceitabilidade para pulverização voluntária das casas igualmente aumentasse em 19{1a4e51e2a19926db2eaab1bcf154673d0b74297663ea632f824f7b556dd28b8e} e a cobertura de mulheres grávidas atingisse 21{1a4e51e2a19926db2eaab1bcf154673d0b74297663ea632f824f7b556dd28b8e} de mulheres grávidas que receberam Tratamento Intermitente Preventivo (TIP) contra malária.


No presente ano (2019), entre outras actividades de controlo da malária, a FDC prevê distribuir cerca de 2,5 milhões de redes mosquiteiras para as províncias de Manica e Cabo Delgado.

Não obstante estas conquistas importantes, o quadro situacional da malária, principalmente na criação de normas e estratégias, mostra que muito ainda há por realizar. Por exemplo, a taxa de prevalência nacional de parasitémia em crianças menores de 5 anos é de 40{1a4e51e2a19926db2eaab1bcf154673d0b74297663ea632f824f7b556dd28b8e}, onde as províncias da Zambézia e Nampula apresentam as taxas mais elevadas do mundo (67.5{1a4e51e2a19926db2eaab1bcf154673d0b74297663ea632f824f7b556dd28b8e} e 65.6{1a4e51e2a19926db2eaab1bcf154673d0b74297663ea632f824f7b556dd28b8e}, respectivamente), o que concorre para que muitos petizes morram todos os anos.

TODOS SOMOS CHAMADOS

Ainda que haja motivos para celebração dos ganhos conseguidos, infelizmente ainda temos concidadãos que, apesar dos dados estatísticos assustadores, persistem em usar as redes para fins impróprios. A nível da comunidade, sob a égide da FDC, os voluntários, esses heróis e heroínas anónimos, lutam para deixar as comunidades livres da malária. Em muitos casos, pela sua determinação e firmeza, estes heróis garantem mudanças de comportamento e maior participação de membros da sociedade nas diferentes frentes de controlo da malária.

A FDC já faz a sua parte a nível das comunidades com as quais vem trabalhando há 25 anos. Urge que todos abracemos a causa pela erradicação da malária, arregaçando as mangas e colocando no topo das nossas prioridades esta causa nobre e com potencial de trazer dividendos demográficos significativos e sustentáveis.

”Zero Malária Começa Comigo’’

Vamos todos sair a rua e dizer que a malária não pode ser mais a primeira causa de morte em Moçambique a partir de hoje. Trabalhemos Juntos para Controlar a Malária!